Networking no projeto LIFE Berlengas

O Projeto LIFE Biodiscoveries teve a oportunidade de participar numa semana de trabalho de campo, que decorreu entre 9 e 16 de janeiro, do Projeto LIFE Berlengas, com o objetivo de cruzar e partilhar saber e experiências entre os projetos.

Durante este período as tarefas passaram por:

·   Controlo do chorão através do arranque nas encostas da ilha;

·  Monitorizar ninhos de galheta (Phalacrocorax aristotelis), capturando e anilhando as aves quando possível;

·  Procurar e capturar coelhos;

·  Realizar sementeiras de plantas endémicas como a Armeria berlengensis e a Angelica pachycarpa nos locais previamente ocupados por chorão-das-praias;

·   Fazer contagem de aves marinhas;

·   Monitorizar a presença de ratos na ilha.

Neste arquipélago, o voluntariado é bastante apelativo para o público, não só pela área ser mais atrativa em termos paisagísticos mas também pela diversidade de tarefas dentro do projeto ser bastante aliciante, contando com intervenções quer a nível da flora quer a nível da fauna. 

A morfologia dos terrenos, distinta da existente na Reserva Natural Local do Barreiro (RNL), faz com que as técnicas usadas pelos projetos para o controlo do chorão sejam distintas. Assim na RNL esta espécie é arrancada, uma vez que o solo é arenoso e sem grande inclinação. Já nas Berlengas, verificam-se escarpas e significativos graus de inclinação, o que dificulta a sua remoção. Nesta ilha as manchas de chorão têm uma raiz mais robusta, formando tapetes mais densos. Torna-se então necessário formar “rolos”.

Em ambos os projetos, apesar das diferenças paisagísticas e logísticas, o sucesso no combate ao chorão é visível. Mais de 80% dos 4 hectares de chorão nas Berlengas e mais de 95% dos 25 hectares na Mata da Machada e Sapal do Rio Coina foram removidos.

A experiência enriqueceu os conhecimentos de ambos os lados, não só a nível do voluntariado, mas também a nível de controlo de espécies invasoras.