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Reserva Natural Local

Sapal do Rio Coina e Mata Nacional da Machada

A Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e da Mata Nacional da Machada foi criada a 16 de outubro de 2012, justificando-se, em primeiro lugar, pelos valores naturais que aqui encontramos.

A sua criação integra-se numa estratégia global de desenvolvimento sustentável que a Câmara Municipal do Barreiro delineou, e na qual a conservação da natureza e a biodiversidade são prioridades.

Esta área protegida local corresponde a cerca de 800 ha e inclui dois espaços naturais de grande valor do ponto de vista ecológico, histórico, social e paisagístico: o Sapal do Rio Coina e a Mata da Machada. Constitui um repositório de fauna e flora, valores naturais e culturais que importa preservar e promover.

Mata Nacional da Machada

A Mata Nacional da Machada é o “pulmão” do Concelho do Barreiro, ocupando 10% do seu território, com 370 hectares de mancha verde contínua. Situada entre a União de Freguesias de Coina e Palhais e Freguesia de Santo António da Charneca, é uma mata com localização central na Península de Setúbal e acessibilidade facilitada desde os concelhos da Moita, Sesimbra e Seixal. 

Constituída pelo antigo Pinhal de Vale de Zebro e pela Quinta da Machada, é uma área florestal que foi plantada essencialmente para fornecimento de madeira utilizada na construção das embarcações que saíam dos estaleiros existentes nas margens próximas do Rio Coina, na época dos Descobrimentos.

Também nesta época, muitas peças feitas de barro, como pratos e malgas, bem como outras mais específicas, como a forma do biscoito e o utensílio para a purga do açúcar, eram cozidas num forno cerâmico existente na Mata e que ainda hoje se pode visitar. Outros fornos construídos na proximidade coziam o famoso biscoito de marear, uma espécie de pão muito duro e resistente que fazia parte da ração diária nas embarcações. O nome biscoito refere-se ao facto de ser cozido duas vezes para diminuir o teor de humidade e aumentar a sua durabilidade nas longas viagens de barco.

Atualmente, a Mata encontra-se sob a administração do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e é um local privilegiado para atividades de desporto, recreio e lazer. Os dois parques de merendas, os diversos fontanários, os percursos pedestres e de BTT devidamente assinalados e o Centro de Educação Ambiental estão à disposição de todos aqueles que pretendam passar um dia diferente, em contacto com a natureza.

A Mata Nacional da Machada caracteriza-se pela dominância de povoamentos florestais, principalmente pinhais (pinhal-bravo e manso), sobreirais e eucaliptais. As formações de acácias apresentam grande relevância na Mata, sendo mesmo dominantes em alguns locais.

A nível das comunidades arbustivas, verifica-se uma grande diversidade de formações, incluindo matos psamófilos, isto é, típicos de solos arenosos, como sargaçais, tojais, urzais e diversas comunidades de matagais. Assim, aqui podemos encontrar espécies como sargaço, tojo-chamusco e os núcleos de piorro, mas também espécies como o tomilho-do-mato, o rosmaninho, a camarinha ou a torga.

Outra tipologia que importa referir é a presença de matos higrófilos, isto é, que dependem de um elevado teor de água no solo, que se apresentam na Mata com formações arbustivas, dominadas por urzes e tojos higrófilos, e que ocorrem em solos ácidos profundos e permanentemente húmidos.

Os prados herbáceos anuais predominam em aceiros e outras áreas desmatadas, principalmente sobre areias soltas. As comunidades vegetais ao longo da ribeira de Vale Zebro são marcadas pontualmente por manchas de vegetação mais complexas, incluindo matos de murta e urze-das-vassouras, prados húmidos, juncais e manchas de salgueiral paludoso.

A grande variedade de comunidades vegetais que encontramos na Mata favorece a diversidade de habitats para diversos grupos de animais.

Destacamos a avifauna, onde facilmente se observam o pica-pau-malhado-grande e o pica-pau-galego mas também bandos de pegas-azuis, entre muitos outros. Os abelharucos, os noitibós e outras espécies migradoras também marcam presença na Mata, onde nidificam ano após ano. Das rapinas que aqui ocorrem, destaca-se a presença da águia-de-asa-redonda e a ocorrência esporádica da águia-calçada.

Sapal do Rio Coina

O Sapal do Rio Coina é uma zona húmida que constitui um ecossistema altamente produtivo, assumindo uma enorme importância como zona de alimento e nidificação para a avifauna e contribuindo para a conservação da biodiversidade.

Localiza-se entre as Reservas Naturais do Estuário do Tejo e do Estuário do Sado, colocando-se desta forma na rota de várias aves migratórias. Aqui é possível encontrar aves de rapina como a águia-pesqueira e a águia-sapeira, observando-se com frequência espécies limícolas alimentando-se nas águas lodosas, como o maçarico-real e o flamingo, mas também o colhereiro, o perna-verde, o maçarico-das-rochas e o pilrito-de-bico-comprido.

Os sapais prestam vários serviços de ecossistemas, incluindo a depuração de águas residuais e escorrências superficiais e a proteção contra as marés.

No que diz respeito às comunidades vegetais, no sapal do Coina diferenciam-se duas áreas principais: o estuário do rio Coina, a norte, e a zona de várzea a sul da povoação de Coina.

O estuário caracteriza-se por extensas áreas de lodaçais que ficam a descoberto na maré baixa, e pelas comunidades vegetais características de sapal, destacando-se os prados de morraça e os mosaicos de juncais e matos halófilos. Na zona mais a montante do estuário, predominam mosaicos de matos halófilos, isto é, de ambientes salgados, e extensas áreas de caniçais que evidenciam a influência da água doce na diminuição da salinidade no solo.

A várzea a sul de Coina foi outrora uma extensa área de atividade agrícola, da qual restam algumas hortas. Atualmente a matriz da paisagem é constituída por juncais e caniçais que se desenvolvem nas zonas mais húmidas ou encharcadas, acompanhadas por manchas de salgueirais e amiais paludosos. 

Centro de Educação Ambiental

A funcionar desde junho de 2005, o Centro de Educação Ambiental (CEA) da Mata da Machada e Sapal do Coina pretende ser uma referência ao nível da educação ambiental, conduzida pela qualidade do serviço prestado e pela excelência no desenvolvimento de uma consciência ambiental ativa e de uma cidadania responsável.

Localizado no espaço privilegiado da Mata da Machada, de grande importância histórica e ambiental, o CEA disponibiliza um Programa de Educação Ambiental dirigido ao público escolar, recebendo instituições de ensino do Barreiro e dos concelhos próximos.

São também muitas as entidades e grupos organizados que procuram o CEA, com o intuito de desenvolver as mais diversas atividades e aprender um pouco mais sobre conservação da natureza e biodiversidade.

Das iniciativas anuais do CEA, destacam-se a Reserva o Sábado, que decorre no primeiro sábado de cada mês, e pretende promover o contacto com a natureza, com especial enfoque para a área protegida, e ainda a Agenda de Verão, que propõe diferentes workshops para toda a família durante os fins-de-semana.

Para os mais jovens, são dinamizados Campos de Férias durante os períodos de interrupções letivas, com atividades muito divertidas e onde se aprende mais sobre a floresta e a proteção do meio ambiente.

Caso pretenda mais informações, contacte-nos:

212 068 648 ou 911 055 921
Linha Verde 800 912 070 www.facebook.com/cea.barreiro
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